📌Nacionalidade Portuguesa para Filhos de Portugueses: Entenda o Papel do Declarante do Nascimento e os Riscos de Indeferimento

A atribuição da nacionalidade portuguesa para filhos de portugueses é, em regra, um processo direto. No entanto, um detalhe que muitos desconhecem — e que tem causado grande número de indeferimentos — é o requisito relacionado a quem declarou o nascimento no registro civil do filho.
Este detalhe, embora pareça simples, tem implicações jurídicas importantes e pode definir o sucesso ou o fracasso do pedido.

Neste artigo, explico de forma clara por que o “declarante do nascimento” é relevante, quando isso se torna um problema e como evitar indeferimentos.


📌 1. Quem tem direito à nacionalidade portuguesa como filho de português?

Os filhos de cidadãos portugueses têm direito à nacionalidade originária, independentemente do país de nascimento.
Esse direito decorre da transmissão da nacionalidade por filiação — e não por local de nascimento.

No entanto, a Conservatória deve ser capaz de verificar duas coisas essenciais:

  1. A filiação (quem são os pais)
  2. Quando essa filiação foi estabelecida

É justamente aqui que surge o fator crítico: quem declarou o nascimento.


⚠️ 2. Por que importa quem declarou o nascimento?

Segundo a lei portuguesa, para que a nacionalidade seja atribuída ao filho, a filiação em relação ao progenitor português deve estar estabelecida durante a menoridade.

O problema surge quando:

  • O pai ou mãe português não era o declarante do nascimento, e
  • A filiação só ficou formalmente reconhecida após os 18 anos do interessado.

➤ O que isso significa na prática?

Se o pai ou mãe português não aparece como declarante na certidão, a Conservatória pode interpretar que:

  • A filiação não estava estabelecida na menoridade, e
  • Portanto, a nacionalidade não pode ser atribuída, apenas adquirida, exigindo outros requisitos.

Esse é um dos motivos de indeferimento mais frequentes na nacionalidade por filho.


❗ 3. Em que situações isso pode acontecer?

Situação 1 — A mãe não portuguesa foi a única declarante

Se apenas a mãe (estrangeira) declarou o nascimento e o pai português só reconheceu a paternidade anos depois, pode haver problema.

Situação 2 — O pai português reconheceu a paternidade tardiamente

Se o reconhecimento ocorreu após os 18 anos, a Conservatória entende que a filiação não existia legalmente durante a menoridade.

Situação 3 — O registro original não indica filiação completa

Em alguns países, o nome do pai aparece, mas não como declarante, o que gera dúvidas sobre o momento da filiação.


📄 4. Quando existe risco real de indeferimento?

Há risco quando se verifica qualquer um dos seguintes:

  • O português não é o declarante na certidão de nascimento.
  • O reconhecimento do pai português ocorreu depois dos 18 anos do filho.
  • Há divergências ou falta de informação sobre o momento da filiação.
  • Existe “pai presumido” no ordenamento jurídico local, mas não pai declarante.
  • A filiação foi alterada, retificada ou acrescida posteriormente.

A análise desses fatores é técnica, e a Conservatória segue critérios rigorosos.


🔍 5. Como os advogados tratam esses casos?

Um advogado especializado em nacionalidade portuguesa pode:

✔️ Analisar a certidão de nascimento à luz da legislação portuguesa

Nem todo país tem regras iguais às de Portugal, e isso exige interpretação técnica.

✔️ Identificar se há risco de indeferimento antes de iniciar o processo

E, se houver, como corrigi-lo ou como fundamentar o pedido.

✔️ Determinar se é caso de:

  • prova complementar de filiação,
  • declaração adicional,
  • retificação do registo,
  • argumentação jurídica demonstrando que a filiação existia na menoridade, mesmo sem o progenitor ter sido declarante.

✔️ Preparar resposta a projeto de indeferimento, caso a Conservatória questione o tema.

Em muitos casos, uma orientação jurídica adequada evita indeferimentos desnecessários.


🚫 6. O perigo de confiar apenas em grupos de Facebook

É comum ver pessoas dizendo:
“Meu pai não era declarante e deu certo!”
ou
“Não precisa advogado, fiz sozinho!”

Mas o que muitos não explicam é que:

  • As conservatórias analisam cada processo individualmente.
  • Pequenos detalhes fazem toda a diferença (datas, notas, a legislação do país de origem, versões do registro).
  • Um caso que “deu certo” pode ter circunstâncias completamente diferentes.
  • Há muitos indeferimentos que ninguém publica — mas que acontecem todos os dias.

Seguir orientações genéricas pode resultar em:

  • indeferimento,
  • perda de tempo,
  • perda de dinheiro,
  • e necessidade de reiniciar o processo corretamente.

Nacionalidade não é “faça você mesmo”: é ato jurídico sério.


✨ Conclusão

A nacionalidade para filhos de portugueses é um direito, mas não é automática.
O critério “quem declara o nascimento” pode determinar se um processo é simples — ou se corre grave risco de indeferimento.

Por isso, antes de submeter um pedido ou enfrentar um projeto de indeferimento, é fundamental consultar um profissional que compreenda:

  • o direito da nacionalidade,
  • as regras de filiação,
  • a prática das conservatórias,
  • e a interpretação atual da lei.

Uma análise jurídica adequada evita surpresas, garante segurança e aumenta significativamente as possibilidades de sucesso.

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📌ATENÇÃO: Este post tem finalidade apenas informativa e não substitui uma consulta com um profissional. Para maiores orientações, procure por advogados especializados no assunto.

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